sábado, 17 de outubro de 2009

Crônica de uma morte anunciada

É talvez esta não seja uma crônica, talvez nem mesmo tenha algo haver com uma morte, quanto mais anunciada! Mas eu quero postar desse jeito mesmo, do jeito que eu o cometi, então lá vai:

Crônica de uma morte anunciada


Eu gosto de pessoas. Gosto de conhecer pessoas, de estar com algumas pessoas em momentos específicos.

Mas definitivamente não consigo conversar com pessoas, não consigo puxar um assunto e deixar qualquer pessoa falar, simplesmente ouvi-la, na maioria das vezes eu acabo falando demais sobre mim mesmo, ou sobre situações que presenciei ou de que tomei conhecimento, ou até de coisas que ouvi falar ou aprendi, em suma, eu falo mais do que ouço.

Mas principalmente eu não consigo fazer outras pessoas falarem, rapidamente as coisas chegam num silencio em que não sei como fazer qualquer pessoa continuar falando, resumindo eu não conheço as pessoas, o que elas querem, o que pensam, fico mais preocupado comigo mesmo, com o que tenho a dizer. Raramente consigo parar pra sequer escutar, receber, entender as respostas que me dão.

Eu me amo apesar de não gostar de minha própria aparência. E por conta disso só consigo dar atenção a mim mesmo na maior parte do tempo, eu principalmente não consigo conhecer pessoas, ouvir sobre a vida delas, saber sobre seus familiares e coisas do tipo.

O texto anterior é extremamente redundante, após relê-lo fico pensando se não sou assim quando falo, não que eu seja o único a fazer isso, mas eu mesmo odeio quando uma pessoa fala demais voltando sempre ao mesmo ponto que quer defender.

As pessoas são capazes de falar e defender as coisas mais variadas, mas raramente falam sem serem diretamente indagadas sobre o que querem fazer de suas vidas, sobre o que o que fizeram de suas vidas até o momento em que se encontram, digo raramente pra não ser generalista demais, apesar de nunca ter encontrado uma pessoa que tenha falado sobre isso espontaneamente.

Penso sobre isso, pois pessoalmente eu me pergunto o que fazer com a minha vida e o que eu fiz com ela até agora. Definitivamente não posso dizer que tenha feito qualquer coisa com a minha vida, apenas segui a correnteza, digamos assim. O caso é que várias vezes me pego pensando sobre as vidas de outras pessoas, o que elas pretendiam para suas vidas, o que pretendem para elas até que se findem e se estão bem com o que fizeram até hoje.

Pergunto-me sobre tais coisas, pois quero fazer minha vida, quero alcançar um patamar de grandiosidade que pouquíssimas pessoas já alcançaram, ou talvez até que nenhuma pessoa tenha alcançado e de vez em quando me pego pensando se outras pessoas também não pensam assim, se sou uma exceção e o sendo, se isso prova que tenho alguma chance de fazer o que quero, de alcançar esse sonho e marcar deixar no mundo minha marca.

Curiosamente apesar de vez por outra me perguntar sobre tais coisas jamais em qualquer situação, momento, ou oportunidade cheguei a indagar qualquer pessoa sobre tais assuntos, sequer sobre minhas opiniões, ou até sobre levantar tais questões.

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