sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Prosa de última hora

E aqui vou eu mais uma vez postar algo que eu cometo esporadicamente, fazem alguns dias que eu tinha a idéia de escrever um texto do jeito que esse saiu, não que eu tivesse na cabeça como ele terminaria, como sempre eu só penso nisso na hora de terminar mesmo, é de bom tom que eu avise que o estilo dele é diferente dos que eu costumo escrever, em todo caso até a próxima e ei-lo:

"Taí uma coisa que raramente faço observar as coisas, reparar seus detalhes, suas nuances e imperfeições. Reparando agora, esse quarto inteiro é uma coleção de imperfeições e velharias, em cada detalhe tem um furo, mofo, ou outra coisa que o valha.

O abajur mesmo, a cobertura dele já está cheia de buracos de cupins, igual à cama e ao armário, mas que opção eu tenho, já estava tudo aqui quando eu cheguei, não tinha e ainda não tenho condição alguma de comprar móveis novos. Bom se o tivesse antes devia arrumar é outro lugar pra morar, porque esse “apertamento” tá em pé por pura sorte, com tanta infiltração, mofo, sem contar que esse prédio é velho demais e nunca foi reformado.

E lá vamos nós pra parte mais bizarra dessa observação toda, isso é quando eu reparo, por exemplo, que o abajur e todo o resto que tá em cima da mesa de cabeceira tá completamente desalinhado, sem contar o tanto de roupas que eu ainda não guardei no armário e acabaram em cima da cadeira do lado dele, só de pensar que eu vou acabar dobrando todas elas direitinho e colocando cada uma num lugar estrategicamente definido perdendo muito tempo com isso eu já fico com preguiça.

Ainda no reino das bizarrices eu tenho mesmo que reparar que o texto que eu peguei emprestado tá todo alinhado à esquerda e praticamente sem qualquer outra formatação, como se fosse digitado por um macaco. Bom se fosse mesmo um macaco talvez um dia ele acabasse digitando Shakespeare, mas eu não teria toda essa sorte né!

Pois é, eu raramente observo as coisas, mas quando faço isso acabo me apegando aos detalhes mais bizarros o possível, bom até o momento que eu tiro pra fazer isso é meio bizarro. Não que seja algo totalmente ruim, prestar atenção a tudo o que ela vem tagalerando a sei lá quanto tempo é que seria ruim, um saco mesmo.

Bom, acho melhor eu prestar um mínimo de atenção que é pra ela não descobrir que eu não to nem aí pro que quer que a prima dela tenha feito dessa vez, até porque não é como se isso fosse me dar a chance de fuder com ela mesmo, com muita dificuldade essa aqui libera alguma coisa!

A parte boa de ser meio obsessivo desse jeito é que basta eu pegar alguns detalhes do que ela tá falando agora, juntar com algumas coisas de quando ela começou a falar, fazer algumas perguntas como se eu estivesse interessado e voilá, temos uma história. Até porque fofocas não dão lá grandes clássicos, exceto os do Shakespeare, são fofocas com umas boas pitadas de pilha errada. Pensando bem, não parece tão absurdo que um macaco possa escrever o que ele escreveu, claro que pra alguns humanos isso seria quase impossível, mas enfim.

É, chega de divagar, olhando pra ela dá pra ver que ela tá com calor sem suar e pensando bem, como é que alguém sente calor no inverno!? Eu vou é tentar a sorte, agarrar ela e partir pros finalmentes, quem sabe eu faço ela calar a boca enquanto agente fode, são dois coelhos com uma cajadada só! Lá vamos nós!!!"